A noite de Cingapura marca o  primeiro capítulo da fase decisiva da temporada. As últimas cinco corridas  prometem ser marcadas pelo equilíbrio que esteve presente desde o início do ano,  mas é claro que a RBR é ligeiramente favorita por ter um carro melhor, que se  adapta facilmente a qualquer tipo de pista, e rápido nos treinos. A equipe  austríaca perdeu apenas duas poles: para Lewis Hamilton no Canadá e Fernando  Alonso na Itália. Entretanto, a corrida nas ruas da cidade-estado asiática será  decisiva. E a briga neste fim de semana deve ficar entre ela e a Ferrari, com a  McLaren correndo por fora, tentando minimizar os danos.
Em pistas parecidas com a de  Cingapura nesta temporada – Valência e Hungaroring – a RBR sobrou. Vettel e  Webber conseguiram uma vitória cada e a principal rival da equipe austríaca foi  a Ferrari, não a McLaren. O carro do time inglês notadamente funciona melhor em  pistas com retas longas, como Spa-Francorchamps e Monza. Seu duto aerodinâmico,  equipamento criado no início do ano e logo copiado pelas rivais, é o melhor de  todos, mas não será tão primordial nas estreitas ruas da cidade-estado. Se não  deve influenciar no desempenho final, poderá auxiliar nas tentativas de  ultrapassagens de Hamilton e Jenson Button na corrida.
A Ferrari, por sua vez, está em  franca ascendência. Depois do GP da Alemanha – e todo aquele contexto das ordens  de equipe – ela foi a que mais pontuou no Mundial de Construtores. Com isso,  Alonso cresceu e assumiu a terceira posição do campeonato com a vitória em  Monza. Entretanto, o time italiano precisa lidar com uma incômoda questão: o  limite de motores. O espanhol e Felipe Massa, seu companheiro, já usaram a  oitava unidade, número máximo permitido pelo regulamento técnico. Como ambos  tiveram de usar um a mais no Bahrein, por causa de problemas, eles precisarão  reaproveitar outros propulsores para evitar a pena de dez posições no grid. Será  interessante ver esta administração (vou acompanhar sempre no Voando Baixo).
É claro que esta relação de forças  mudará em caso de chuva. Será interessante ver como os pilotos reagirão em caso  de pista molhada à noite, principalmente por causa do reflexo ocasionado pelos  refletores. Acredito que, em caso de uma situação de risco, a direção de prova  optará por parar a corrida e esperar pela diminuição da água. De qualquer forma,  a temperatura mais baixa e a não-incidência do sol tendem a dificultar muito a  aderência, ainda mais na pista molhada. O fato é que, com pista seca ou molhada,  teremos um fim de semana recheado de incertezas em Cingapura. E, em corridas,  elas sempre são bem-vindas.

 
 
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