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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Incertezas noturnas


A noite de Cingapura marca o primeiro capítulo da fase decisiva da temporada. As últimas cinco corridas prometem ser marcadas pelo equilíbrio que esteve presente desde o início do ano, mas é claro que a RBR é ligeiramente favorita por ter um carro melhor, que se adapta facilmente a qualquer tipo de pista, e rápido nos treinos. A equipe austríaca perdeu apenas duas poles: para Lewis Hamilton no Canadá e Fernando Alonso na Itália. Entretanto, a corrida nas ruas da cidade-estado asiática será decisiva. E a briga neste fim de semana deve ficar entre ela e a Ferrari, com a McLaren correndo por fora, tentando minimizar os danos.
Em pistas parecidas com a de Cingapura nesta temporada – Valência e Hungaroring – a RBR sobrou. Vettel e Webber conseguiram uma vitória cada e a principal rival da equipe austríaca foi a Ferrari, não a McLaren. O carro do time inglês notadamente funciona melhor em pistas com retas longas, como Spa-Francorchamps e Monza. Seu duto aerodinâmico, equipamento criado no início do ano e logo copiado pelas rivais, é o melhor de todos, mas não será tão primordial nas estreitas ruas da cidade-estado. Se não deve influenciar no desempenho final, poderá auxiliar nas tentativas de ultrapassagens de Hamilton e Jenson Button na corrida.
A Ferrari, por sua vez, está em franca ascendência. Depois do GP da Alemanha – e todo aquele contexto das ordens de equipe – ela foi a que mais pontuou no Mundial de Construtores. Com isso, Alonso cresceu e assumiu a terceira posição do campeonato com a vitória em Monza. Entretanto, o time italiano precisa lidar com uma incômoda questão: o limite de motores. O espanhol e Felipe Massa, seu companheiro, já usaram a oitava unidade, número máximo permitido pelo regulamento técnico. Como ambos tiveram de usar um a mais no Bahrein, por causa de problemas, eles precisarão reaproveitar outros propulsores para evitar a pena de dez posições no grid. Será interessante ver esta administração (vou acompanhar sempre no Voando Baixo).
É claro que esta relação de forças mudará em caso de chuva. Será interessante ver como os pilotos reagirão em caso de pista molhada à noite, principalmente por causa do reflexo ocasionado pelos refletores. Acredito que, em caso de uma situação de risco, a direção de prova optará por parar a corrida e esperar pela diminuição da água. De qualquer forma, a temperatura mais baixa e a não-incidência do sol tendem a dificultar muito a aderência, ainda mais na pista molhada. O fato é que, com pista seca ou molhada, teremos um fim de semana recheado de incertezas em Cingapura. E, em corridas, elas sempre são bem-vindas.

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